segunda-feira, 5 de abril de 2010

Alegria do mais mal humorado pensador da história.




Pequena introdução: “O pensamento de Schopenhauer parte de uma interpretação de alguns pressupostos da filosofia kantiana, em especial de sua concepção de Fenômeno. Esta noção leva Schopenhauer a postular que o mundo não é mais que Representação. Esta conta com dois pólos inseparáveis: por um lado, o objeto, constituído a partir de espaço e tempo; por outro, a consciência subjetiva acerca do mundo, sem a qual este não existiria. Contudo, Schopenhauer rompe com Kant, uma vez que este afirma a impossibilidade da consciência alcançar a Coisa-em-si, isto é, a realidade não fenomênica. Segundo Schopenhauer, ao tomar consciência de si, o homem se experiencia como um ser movido por aspirações e paixões. Estas constituem a unidade da Vontade, compreendida como o princípio norteador da vida humana. Voltando o olhar para a natureza, o filósofo percebe esta mesma Vontade presente em todos os seres, figurando como fundamento de todo e qualquer movimento. Para Schopenhauer, a Vontade corresponde à Coisa-em-si; ela é o substrato último de toda realidade.”

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Schopenhauer “Wikipédia”

Tragicamente alegre, ou alegremente pessimista, humano, rancoroso e generoso. Em sua história ele deixa uma infinitude de saberes com humorismo e amargura e piedade e esperança. Bem, já dizia ele: “O homem sábio, em outras palavras, deve ser, triste em sua alegria, alegre em sua tristeza”, e isso se explica quando resumi isso a uma postura ambígua, que oscila entre o desespero existencial e a esperança possível.

Critica o pessimismo exacerbado e o egocentrismo dos suicidas. Sugere para todos nos que, ao enfrentar um problema, sejamos fortes e corajosos, ir dessa maneira, até o final. De alguma maneira, ele tenta mostrar que devemos rir, sorrir, que sejamos feliz, mesmo morando em meio ao inferno. “Aqui, a felicidade plena é impossível, mas o mesmo não vale para a alegria, exceção heróica e sempre desejável à sofrida regra da existência, e é espécie de tapa de luva na cara do destino”.

Ele nos deixa conselhos bastantes úteis para nossa época de tamanhas desgraças, já saturada de horrores, e que espera ainda mais de um futuro não muito “legal”. Enfim, o que fazer quando nenhum paraíso parece conveniente? Perante essa pergunta, devemos adotar uma postura consciente, atenta a felicidade pautada pela ética, fruto da sociedade local. “O homem sábio deve viver no presente, alegrando-se com as eventuais belezas da vida e suportando suas fiéis desgraças, e enquanto ao futuro, devemos pensar: isso repousa no colo dos deuses”.

Além dessa prudência, ele comenta sobre as artes. A salvação pela arte pelo conhecimento. São as artes os veículos de marketing, ideologia e política. A arte, para ele, é a porta do exctase, o caminho que nos liberar da “vontade cega e nos permite ver o sofrimento humano com o olho neutro da estética”. “Ainda que não houvesse mundo, não poderia deixar de haver a música”. “Deveríamos aproveitar a arte não por obrigação, ou por vaidade, e sim por deleite que nos cabe, em mundo já cheio de misérias e tédio. Uma relação menos neurótica mais erótica com a cultura!”

O teimoso, mal humorado e mal amado, já sabia que no final ia fazer sucesso, perguntaram à ele onde queria ser enterrado, logo ele responde: “Em qualquer lugar, a posterioridade me encontrará mesmo”.

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