sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ensino de Ciências

Uma breve história do que eu faço em Práticas e pesquisas pedagógicas II, a famosa PPP.
Resolvi escrever isso porque hoje é sexta, e eu não tenho nada pra fazer, só por isso. Sim, sou lindo! Se não tiver interesse em educação, por favor, passe longe.





A primeira etapa antes de se estudar ciências, sempre importante, é ter o conceito dessa, e discutir suas principais características. Ciências é, segundo o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis: “1-Ramo de conhecimento sistematizado como campo de estudo ou observação e classificação dos fatos atinentes a um determinado grupo de fenômenos e formulação das leis gerais que os regem. 2 Erudição, instrução, literatura. 3 Soma dos conhecimentos práticos que servem a determinado fim. 4 Conhecimentos humanos considerados no seu todo, segundo a sua natureza e progresso”. Devemos ainda considerar quê: “para a maioria das pessoas, o fato de ser científico confere a determinado conhecimento maior valor de verdade do que a um conhecimento que possuímos a partir de nossas experiências do dia-a-dia, o chamado conhecimento do “senso comum”-o conhecimento do senso comum é o tipo de conhecimento espontâneo, que usamos para viver e desempenhar nossas atividades cotidianas-(Aprendendo a Aprender, livro 9, página 13).
O ensino da ciências vem, recentemente, participando na história de vários alunos durante sua carreira escolar. Além do quê, esse ensino vem acompanhado de metodologias com diferentes propostas educacionais, que vão se propagando nos anos, ganhando elaboraçõão teóricas e dessa maneira, a sala de aula é quem ganha. É claro que muitas das práticas, ainda hoje, continuam as mesmas, ou seja, as transmissões de informações Professor-Aluno são baseadas exclusivamente em livros didáticos e os manuscritos em lousa. 
“A organização do ensino de Ciências tem sofrido nos últimos anos inúmeras propostas de transformação. Em geral, as mudanças apresentadas têm o objetivo de melhorar as condições da formação do espírito científico dos alunos em vista das circunstâncias histórico-culturais da sociedade. As alterações tentam situar a ciência e o seu ensino no tempo e no espaço, enfatizando em cada momento um aspecto considerado mais relevante na forma de o homem entender e agir cientificamente no mundo por meio de um conhecimento que, de modo geral, está além do senso comum” (O Ensino de Ciências e a Idéia de Cidadania. Paulo Roberto Dos Santos- Doutorando na Faculdade de Educação – USP).
Podemos perceber, em diversos relatos, que houve uma mudança nas práticas das ciências naturais nas escolas, e essa ainda continua mudando a forma de pensar, de ministrar aula e de perceber que existem outras formas, talvez mais concretas, visíveis para os alunos terem maior compreensão dos assuntos abordados. Exemplo disso é o uso da tecnologia ligado as aulas. Exemplo: aulas em 3D, em acessos a internet, excursões de campo e todo o multimídia disponível. 
Paulo Roberto Dos Santos- Doutorando na Faculdade de Educação – USP completa: “Até os anos 60, por exemplo, o ensino de Ciências passou por uma longa fase em que a ciência era apresentada como neutra e o importante eram os aspectos lógicos da aprendizagem e a qualidade dos cursos era definida pela quantidade de conteúdos conceituais transmitidos. Nos anos seguintes valorizou-se a participação do aluno no processo de aprendizagem do método científico através de atividades práticas de laboratório. Na década de 70, a crise econômica mundial e os problemas relacionados com o desenvolvimento tecnológico fizeram surgir no ensino de Ciências um movimento pedagógico que ficou conhecido como “ciência, tecnologia e sociedade” (CTS). Essa tendência no ensino é importante até os dias de hoje, pois leva em conta a estreita relação da ciência com a tecnologia e a sociedade, aspectos que não podem ser excluídos de um ensino que visa formar cidadãos. Nos anos 80, a atenção passou a ser dada ao processo de construção do conhecimento científico pelo aluno. Inúmeras pesquisas foram realizadas nesse campo e o modelo de aprendizagem por mudanças conceituais, núcleo de diferentes correntes construtivistas, é hoje bem aceito pela maioria dos pesquisadores. No entanto, lembram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)”.
Eu acredito, por vivenciar nesses anos uma carga horária de estudos grande, convivendo com outros alunos de pré-vestibulares, que o sonho de ser pesquisador, ou trabalhar e ou estudar na área da ciência, sejam ela a saúde, biológica ou química, vem aumentando o nível gradativamente. Podemos perceber que as ciências naturais vem ganhando força nas escolas. Se não, não enxergaríamos o demanda alta pelos estudantes nas áreas científicas. Muitas das vezes sabemos que um professor engraçado, bom humorado, divertido e que saiba passar de jeito construtivo do pensar da ciência, estimulando os pensamentos científicos é um tipo de influencia pelos os novos rostos da área. Graças a essa demanda de “novos rostos”, é nosso dever montar, discutir e recriar novas táticas de captar o que o aluno precisa, entende e assim redirecionar-lo para o melhor entendimento e aproveitamento escolar. Como também, é dever do orientador, professor, buscar novas idéias de construção de aulas tentando levar ao aluno o melhor, e que esse faça da aula um lugar mais prazeroso tanto ao aluno e ao professor. Até parece um pouco fantasiada essa ideia, porém, tenho convicção que quando um professor se esforça e faz da aula boa, acessível, mostrando, claro, disciplina, o período escolar se torna mais agradável. “Na busca de atender de forma crítica às novas demandas, é fundamental desenvolver uma prática docente consciente, fundamentada na articulação entre os aspectos teóricos e práticos da ação educativa” (O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS – REPRODUÇÃO OU PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS. Marta Maria Azevedo Queiroz. Mestre em Educação (UFPI), Professora da Educação Básica e do Ensino Superior)
Durante os anos, fomos criando um novo jeito de como educar, cada professor tem seu jeito, sua didática, seu carinho. E isso ao longo dos anos teve que ser incorporado a assuntos necessários ao meio social, educacional, político e econômico. Até porque nossos alunos vivem em uma sociedade, e aí precisam crescer, conhecer a vida, comunicar, amar e tentar viver em tolerância ao próximo com respeito e dignidade. Ou seja, é importante o professor mostrar ao aluno que ele vive em uma cidadania, mostrar que o aluno precisa saber conviver com as diferenças. Ao longo dos anos é perceptível que muitas das disciplinas tendem a se incorporar nos assuntos cotidianos e na educação social e alimentar. “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda” (Paulo Freire).
 “A escola hoje, pelo menos em uma perspectiva teórica, encontra-se fortemente comprometida com um ensino de qualidade e com a idéia de construção da cidadania. Os conteúdos escolares ensinados aos alunos são entendidos como parte de um instrumental necessário para que todos compreendam a realidade à sua volta e adquiram as condições necessárias para discutir, debater, opinar e mesmo intervir nas questões sociais que marcam cada momento histórico” (Paulo Roberto Dos Santos- Doutorando na Faculdade de Educação – USP). Também dito pelo o PCN 1997: O ensino de qualidade que a sociedade demanda atualmente expressa-se aqui como a possibilidade de o sistema educacional vir a propor uma prática educativa adequada às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as motivações dos alunos e garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem.
           
Ainda há mais com o que preocupar, é necessário rever todos PCN- Parâmetros Curriculares Nacionais- e dele poder surgir uma nova forma de ensino recriada para o melhor aproveitamento do professor usando o PCN. “Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN - são referências de qualidade para os Ensinos Fundamental e Médio do país, elaboradas pelo Governo Federal. O objetivo é propiciar subsídios à elaboração e reelaboração do currículo, tendo em vista um projeto pedagógico em função da cidadania do aluno e uma escola em que se aprende mais e melhor.  Os PCN, como uma proposta inovadora e abrangente, expressam o empenho em criar novos laços entre ensino e sociedade e apresentar idéias do "que se quer ensinar", "como se quer ensinar" e "para que se quer ensinar". Os PCN não são uma coleção de regras e sim, um pilar para a transformação de objetivos, conteúdo e didática do ensino” (Lesgislação Educacional do PCN. Rede Pitágoras, Minas Gerais).
            Mesmo sabendo que o PCN foi criado para orientar o professor em sua didática, é visível que este apresenta dúvidas e está atrasado, necessitando de uma nova reformulagem. Isso causa a não obediência do professor ao uso do PCN, e ainda há relatos que os professores não gostam, não aprovam e não se sentem a vontades para usar os PCN, por fim, há uma polêmica séria no uso dos PCN por estes não serem de total eficiência para o uso. "Mudar é difícil mas é possível" (Paulo Freire).
Há um texto- Breve histórico do ensino de Ciências Naturais: fases e tendências dominantes- importante e necessário que abrange o um breve histórico do estudo das ciências que se encontra na introdução da cartilha do PCN para o estudo das ciências, e diz: “Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, ministravam e aulas de Ciências Naturais apenas nas duas últimas séries do antigo curso
ginasial. Essa lei estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas as séries ginasiais, mas apenas a partir de 1971, com a Lei no 5.692, Ciências passou a ter caráter
obrigatório nas oito séries do primeiro grau. Quando foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, o cenário escolar era dominado pelo ensino tradicional, ainda que esforços de renovação estivessem em processo. Aos professores cabia a transmissão de conhecimentos acumulados pela humanidade, por meio de aulas expositivas, e aos alunos a reprodução das informações. No ambiente escolar, o conhecimento científico era considerado um saber neutro, isento, e a verdade científica, tida como inquestionável”.
O ensino da ciência vem sim ganhando força nas escolas, criando novas tendências de projetos, pesquisas e colaborações científicas. A era digital, a era do “nano”, dos cosméticos, das drogas é o futuro próximo que cada vez se torna mais acessível a várias realidades. A tarefa do professor, orientador, é passar esse conhecimento adquirido para os alunos, tanto do ensino fundamental, médio, graduação para que se propague, criando mais expectativas nos “novos rostos”, e a partir desse ponto, o ciclo vai se renovando, ou seja, talvez seu aluno, seja o futuro professor do seu filho.
Não obstante, devemos lembrar que o conhecimento não vem só, ele vem acompanhado de esforços de ambas as partes, aluno-professor e claro, da escola, que exerce sim, um papel fundamental no conhecimento. “A frase seguinte está contida no livro de Attico Chassot, Alfabetização Científica (2003, p. 105) se a Educação que os ricos inventaram ajudasse o povo de verdade, os ricos não davam dessa educação pra gente. Essa frase leva-nos à reflexão acerca da função da escola no contexto atual. Cabe enfatizar que a escola é um espaço de difusão de conhecimentos sistematizados e, nesse processo de difusão, os interesses se diluem. Nesse sentido, Freire (1992, 1995, 2002) enfatiza que as práticas educativas são sempre um ato político, não havendo, portanto, lugar para a neutralidade. Assim, a função dos educadores vai além dos questionamentos ou denúncias da escola como reprodutora de conhecimentos prontos e acabados, pois é preciso pensá-la em suas amplas possibilidades de realização de uma educação pautada na criticidade” (O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS – REPRODUÇÃO OU PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS. Marta Maria Azevedo Queiroz.Mestre em Educação (UFPI), Professora da Educação Básica e do Ensino Superior).


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